Quando os problemas e as preocupações tornam-se insignificantes - (Leone da Costa)




08 de Março 2020

No momento, estou num longo voo de retorno ao Brasil. 


É o voo mais longo que eu já peguei. Mas esta demora faz-me ocorrer acerca de algo que se evidenciou recentemente, mais especificamente nesta minha viagem até a Costa Rica: foi a ida ao borboletário da San Jose, próximo ao meu apartamento. 


Difícil é não se sentir tocado pela delicadeza e sabedoria que a natureza tem, especialmente ao ver o primor estético de beleza do qual ela, de alguma forma, sabiamente entende. 


Observar aquelas várias borboletas também me conduziu a enxergar a antítese que a natureza carrega na essência: violento/cruel e ao mesmo tempo tão delicado/gentil. 


As borboletas são leves, meigas, frágeis


Enfim. Começo, meio  e fim - a vida se reduz neste círculo. É o círculo da vida
Vimos uma borboleta, já morta há várias semanas, no chão. A doce assistente que nos acompanhava juntou seus restos. 


Apenas suas cores acentuadas, ainda presas nas asas que estava um tanto se desfazando, com alguns furos e leves borrões. 


E pensar que há semanas atrás ela estava brilhando, voando junto as suas irmãs e encantando-nos com seu sutil beleza. 


Mas, tudo tem um fim. Tudo, tudo, tudo. Nada é eterno.  Isso estava revelado naqueles restos. E encarar este fato, quando retomado para nossa experiência, machuca


Lá no fundo machuca, porque, mesmo que ainda vivamos como se fôssemos eternos (nesta vida), não aceitamos este fato, fingimos que ele não existe. 


E ao pegar naquela borboleta desfalecida fez-me pensar agudamente sobre o quão efêmero tudo o que vivemos é; bem como nossos propósitos e, inclusive, nossas vidas


Essa tomada de verdade veio com tudo no meu peito: não estaremos aqui amanhã


As pessoas que amamos, nem a maioria das coisas que fizemos, as histórias vividas; nossos sorrisos e sensações; preocupações; nossas vozes se perderão no espaço. 


O que me levou a refletir acerca do quanto de valor deliberadamente doamos aos momentos presentes e como isso torna qualquer problema ou desafio tão insignificante


Porque isso tudo aqui vai acabar. 


E ainda nos privamos de viver ao máximo? Será que realmente possível que sofremos mais do que agradecemos? Será que ainda de fato ousamos ter medo de viver?


Nossas dores, corações que quebraram, sonhos, conquistas... Será que tudo isso realmente importa quando estamos conscientes do ciclo da vida


Quantos são aqueles que desistem no primeiro "não", fechando-se apenas àquele propósito, sem considerar as muitas possibilidades que a vida tem! 


A vida é customizável, e às vezes é importante apenas aceitar alguns fatos.  Já que entre começo e o fim do ciclo, há a metamorfose, o renascer e o mais especial de todos: o viver.


  

Leone da Costa:  

Leone Da Costa   
25 anos. Professor. Idealizador do blog Papicher. Leonino.  De tudo que tenho na minha vida; viajar, aprender e livros são minhas paixões! Mais do que isso, poder compartilhar tudo o que eu tenho aprendido até aqui. Também escrevo para o site O Segredo. Apaixonado pela vida., I make myself .
                


http://www.facebook.com/sharer.php?u=http://www.papicher.com/2017/05/10-coisas-que-voce-nao-deve-fazer-no.html&title=10%20coisas%20que%20voc%C3%AA%20N%C3%83O%20deve%20fazer%20no%20primeiro%20encontro



Um comentário:

  1. A morte é um doloroso lembrete de que nosso tempo no mundo é limitado, mas embora nossa presença física aqui seja efêmera, acredito que de alguma forma acabamos nos tornando imortal: assim como o bater de asas de uma borboleta pode desencadear um efeito em cadeia inesperado, cada ação ou omissão nosssa ressoa continuamente no desenrolar da vida. Seja através daquilo que compartilhamos com o mundo ou das nossas atitudes, que dão novos rumos aqueles ao nosso redor.
    Mesmo quando não estivermos mais aqui ainda viveremos no coração dos nossos queridos e gerações depois, quando não mais houver lembranças da nossa existência, ainda assim viveremos também através desses caminhos surgidos à partir de nós.
    Por uma perspectiva: sim, tudo tem começo, meio e fim; por outra, tudo é uma contínua transformação.
    Belo texto e observações, me colocou a refletir. Obrigado.

    ResponderExcluir

About me

Papicher 2014©. Tecnologia do Blogger.