A importância da angústia e do sofrimento - (Leone da Costa)



Sobre o Autor: 
Leone Da Costa   
25 anos. Idealizador do blog Papicher. Leonino.  De tudo que tenho na minha vida; música, aprender, viajar e livros são minhas paixões! Mais do que isso, poder compartilhar tudo o que eu tenho aprendido até aqui. Apaixonado pela vida., I make myself .

             
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Nada do que sentimos surge do nada. Há sempre um motivo pelo qual gera-se determinado sentimento, seja de mal-estar ou bem-estar.



É importante, por isso, entendermos que geralmente sofremos - e muito - de forma desnecessária, e que sobretudo nós mesmo somos responsáveis pelas frustrações que sentimos, mesmo que isso pareça ilógico. Por quê?  


Como eu gosto de esclarecer, o nosso sofrimento é proporcional ao nível de imaturidade que carregamos: quanto mais imatura emocionalmente uma pessoa é, mais ela tenderá a sofrer. 



O antídoto para estancar o sofrimento está na busca do autoconhecimento. É imperioso que o indivíduo entenda a sua história, seu passado; uma vez que na fase adulta somos o amontoado das nossas crenças, decretos e aprendizados que desenvolvemos e adquirimos desde a infância; além de ser necessário desenvolver o pensamento crítico para avaliar as circunstâncias da vida com objetividade e sem aquela ótica dramática que praticamente todos têm.



O sofrimento, portanto, é apenas uma forma de a natureza/alma/essência/eu-interior nos indicar que estamos pensando e agitando forma totalmente errada, que precisamos mudar, que precisamos efetivar mudanças



É como uma bússola: o bem-estar indica o caminho certo, o mal-estar indica que precisamos mudar o trajeto mental ou físico que temos aplicado.



E a verdade é que a educação que recebemos dentro do lar e da cultura ao nosso redor são podadoras da nossa autenticidade, e nos poda e nos tolhe tanto que acabamos gerando centenas de decretos, crenças negativas e processos neuróticos. Isso culmina em muito sofrimento e angústia.


Para estancar o sofrimento, assim, há apenas um caminho: tomada de consciência e mudança de atitude.




Uma pessoa madura, por sua vez, é aquela lida com os problemas e adversidade sem aquela ótica extremamente dramática que todos nós temos hoje em dia, e segundo a qual é cada vez mais e mais pregada na educação dentro dos lares e da sociedade. 



Uma pessoa madura, portanto, não implica em ser insensível, mas sua postura firme indica apenas que ela tem certas compreensões as quais adquirimos apenas com o amadurecimento, com as experiências, com os aprendizados. 


Como por exemplo, que a vida não é da forma como queremos que seja, que nós não temos as pessoas, que não temos poder de mudar o que está fora de nós (embora muitos sofram por insistirem, e se culpam por isso), tampouco o que está dentro do outro. Enfim, pessoas sofrem porque não aceitam a vida como é, nem como as pessoas são, devido a educação de mimo que todos tivemos. 



E a angústia emerge para mostrar a carência, o vazio que cada um carrega e que não foi adequadamente suprido. Ela emerge quando a pessoa não quer aceitar as decisões do outro; a angústia mostra o quanto são dependentes emocionais a ponto de fazer loucuras quando perdem a "muleta". 


E chega uma hora em que a vida sempre vai nos tirar a muleta para nos impulsionar a crescer. Ou seja, tirar tudo aquilo de que ilusoriamente dependemos emocionalmente. Esse é a lei. E tudo para mostrar que sua confiança e autoestima não está na casa, no dinheiro, no namorado ou no emprego, mas em si mesmo, na sua capacidade. A segurança não pode estar fora!

E falando nisso, quantos atualmente crescem em idade, mas não em emocionalmente!



São pessoas que tendem a prolongar a adolescência e o amadurecer para até acima dos trinta anos. São pessoas que não se respeitam para serem aceitas pelos outros, não são responsáveis e são cheia de mimos, rancores; não aceitam as coisas como são, pois os pais sempre as superprotegeram, logo, elas não têm a autoconfiança que deveria ter sido promovida desde a infância. 



Porque, é claro, a mãe, para se sentir útil, ainda quer arrumar o quarto e lavar as roupas da sua criança de quase 30 anos, não é mesmo? 



Quanta angústia! Quanto sofrimento emerge por conta de atitudes bem pouco humildade que cultivamos, não é mesmo?!

Mãe é só uma, e um dia deixa de ser mãe para se tornar amiga, e por uma única razão: o filho cresce e não é mais uma criança.



Enfim, com isso, determinantemente, são indivíduos que caem em tremenda resistência e negação pela vida não ser da forma fantasiosa como queria.


Assim,dá para ver como somos nós mesmos quem criamos nossas angústias e depressões?



E um fato é que resistir à vida do jeito como é definitivamente é uma gigante fonte de angústia e sofrimento. É uma fonte de angústia desnecessária. Mas considere que é absolutamente normal ficar chateado, decepcionado e triste, mas é essencial assimilar a sabedoria da aceitação. 



Imagine, por exemplo, você ficar chorando toda vez, ou para sempre, porque um brinquedo seu quebrou. Isso é ilógico, não faz sentido. Uma hora tem que aceitar, seja a perca de um ente querido, de um emprego, enfim; e vida só tem um sentido, e é para frente.



Pois não há outra alternativa: uma hora temos que aceitar. E é quando a pessoa "estanca" nessa aceitação que ela gera mais dores e angústias.



Mas, achamos que precisamos ser perfeitos, então somos capazes de fazer qualquer coisa a partir da crença de "eu tenho que isso"..., eu tenho que aquilo..., afim de controlar os outros em busca de aceitação e apreço.



Com isso, muitas pessoas desenvolvem a crença do "TEM QUE" agradar todo mundo; colocando-se, inclusive, em segundo, terceiro ou até em último plano, se desrespeitando, culminando em uma vida de autonegação e que futuramente pode desencadear a depressão.


Portanto, sofremos porque não abdicamos das nossas ideias controladoras. Sofremos porque não respeitamos nossos limites querendo mudar o que não é da nossa alçada e que, por isso, sofremos por sermos egoístas. E tudo isso mesmo não tendo consciência. É tudo irracional, porque nos foi instalado quando ainda criança pela educação tradicional e pelo medo de sermos abandonados.



Sofremos porque esperamos que nossas carências sejam supridas pelo lado de fora. Lembre-se: o tanto e o quanto você necessita, só você sabe; a outra pessoa vai dar apenas o que puder, do seu próprio jeito e se quiser. Ninguém é responsável por aquilo que é nossa obrigação fazer - no caso, suprir as carências afetivas. 



Mas, é claro, somos tão mimados que queremos governar o outro e fazemos cobranças, que geram frustrações, que geram brigas.



De acordo com psicóloga Lourdes Possatto, "é preciso conectarmo-nos com nosso sentir e sermos mais verdadeiros, autênticos, para então desenvolver relacionamentos mais nutritivos, maduros e melhores. É imperioso o amadurecer o eu-infantil, que quer que queiramos que alguém nos defenda e nos pegue no colo, pois precisamos encontrar apoio em nós mesmos e sermos nossa própria fonte de suprimento, e não aceitando que isso venha de terceiros." ¹



Sofremos porque não aprendemos a nos sentir e, logo, não temos a autoconfiança necessária para encarar a vida. Sofremos porque damos poder ao que está fora de nós e, principalmente porque não conhecemos a nós mesmos e a nossa história.


Sofremos porque somos extremamente mimados, perfeccionistas e controladores!

Para estancar o sofrimento, é imperioso promovermos o autoconhecimento, ter responsabilidade por nossas condutas e ações e amadurecer o eu-emocional infantil dentro de cada um de nós. Terapia é essencial

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²  Livro: Por que sofremos tanto?, da autora citada acima. 




Diritos da imagem de capa:

Marià Casals

➴ ᴄᴀsᴀʟssᴀɴᴄʜᴇᴢᴍ@ɢᴍᴀıʟ.ᴄᴏᴍ

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