Sobre o Autor:

Formado em Ciências Contábeis. 29 anos, Resido Ribeirão Preto. Tenho um perfil de textos no Instagram: @textosinceros. Segue lá.
Quando uma obra, seja ela qual for, em qualquer formato e/ou mídia aguça a criatividade de um escritor ou artista, essa merece um respeito especial. Nem todas podem fazê-la, e muitas vezes essas são muito criticadas.
Há alguns dias, até de modo despretensioso, tomei conhecimento e assisti a uma nova versão de uma história já conhecida, que me fez recordar como essas velhas histórias ainda possuem um amplo universo a ser explorado.
Se trata de um filme espanhol. Contando sua versão da história da Branca de Neve (Uma história bem conhecida e muito explorada). O filme "blancanieves " de 2012, dirigido por Pablo Berger.
Embora a temática seja gasta, O filme não. Ele apresenta uma perspectiva interessante do conto, com algum modernismo e ótimo trabalho de obra de arte. É um filme mudo, em Preto e Branco, com interessante fotografia. Por ter essas características ele se torna mais sensitivo e em alguns pontos subjetivo e interpretativo, ao meu ver com pequenas gotas de lúdico. Além de usar elementos tradicionais da Espanha na perspectiva da versão.
Embora a história seja conhecida, seus elementos populares e a obra não desconstruir a base original ou clássica, não senti que estava assistindo a mesma história novamente. Há originalidade.
O filme foi premiado em diversos festivais, passando uma visão romântica de Andraluzia.
Sinceramente depois de assisti -lo gostaria de ver alguma crítica de bons profissionais brasileiros, embora a obra já tenha quase dez anos.
A história da Branca de Neve sempre me chamou mais atenção no gênero, talvez porque quando criança foi o único VHS de conto de fadas que eu tinha. Por lógica a assisti muitas vezes.
Coincidência ou não, não foi a única vez que a Espanha enriquece a temática. O filme de 2006 do diretor mexicano Guillermo Del Toro, O Labirinto do Fauno, explora de modo fantástico vários temas, incluindo a fantasia. É um conto de fadas. Não infantil.
Assistindo ao filme mudo e em Preto e Branco produzido no século XXI, comecei a repensar como uma história conhecida - e essas especifica- pode ser ainda mais explorada. Embora já desenvolva uma obra infantil no universo de conto de fadas, que envolve contos já conhecidos e outros inéditos, veio em minha mente possibilidades de recontar o clássico. Sem ser mais do mesmo.
Embora a Disney tenha adquirido há alguns anos muitos direitos e seja atualmente limitado a possibilidade de usar personagens de conto de fadas em obras (basicamente em obras literárias é possível), minha ideia está no campo do idealizado, Sem essa preocupação.
Esquecendo essas questão poderia se recontar a princesa de várias formas. Em um filme, do ponto de vista da madrasta, dos anões, do caçador, do príncipe, dos animais da floresta, de algum personagem inédito. Talvez ela nem seja a protagonista nessa versão. Pode ser nos tempos contemporâneos a origem desses contos, se passar nos tempos atuais, No Brasil, EUA, África, ou qualquer lugar. Talvez se passe na idade média ou que a maçã de Eva e de Newton tenham ligação com a maçã que ela morde.
Talvez nessa versão nem seja uma maçã, ou seja ela que entregue o fruto a madrasta.
Pode ser filme, série, desenho, anime, musical, obra literária. Pode construir ou reforçar o gênero. É com tantas possibilidades veio em minha cabeça uma hipotética novela brasileira. Embora não seja um grande entusiasta e consumidor da mídia. Também é fato que as novelas perderam muita popularidade e a nova geração prefere séries nos serviços de streaming. Eu também.
No entanto fiquei imaginando como seria uma novela brasileira com essa temática. Talvez com algumas conspirações na novela "Que rei sou eu". Novela de Cassiano Gabus Mendes, transmitida originalmente em 1989 tendo Giulia Gam e Edson Celulari como protagonistas.
O folhetim deve ter vários núcleos, espaço para drama, comédia, ação e dramas. E claro que muitos personagens inéditos. Os pais de Branca de Neve e as características do Reino, deveriam ser melhor exploradas. O rei não morreu, está muito doente. A mãe da princesa possivelmente está viva, mas desaparecida. E ela tem uma irmã "Rosa Vermelha ", que pode ser aliada e Vilã em algumas oportunidades .
Nota: existe um conto chamado "Branca de Neve e Rosa Vermelha", o qual não possui nenhuma conexão com "Branca de Neve e os sete anões " e o mais provável é que houve um erro de interpretação, pois s lógica seria o conto de chamar "Rosa Branca e Rosa Vermelha ", porém, esse erro já provocou adaptações da trama na cultura pop.
De qualquer maneira, Rosa Vermelha poderia ser um personagem bem explorado. Quem sabe um serviçal do Castelo, filho da chefe da cozinha, se apaixonou pela Branca de Neve, mas quem gosta dele é Rosa Vermelha. Há rainha tem conselheiros e muitos amantes. Sendo sempre vaidosa, cruel e mesquinha. Um de seus amantes é o próprio caçador.
A criatura aprisionada no espelho pode proporcionar momentos cômicos. Talvez o príncipe nem exista, ou melhor, não seja como todos pensem. A princesa e sua irmã- assim como a mãe- possuem uma fada madrinha bem atrapalhada, que serve como núcleo cômico - e ela tenta sempre ajudá-las, mas sempre troca os pés pelas mãos.
O anão Dunga (Que teria outro nome), é o líder de um grupo de revolucionários que organizam tirar a rainha do poder. O filho da chefe da cozinha, também faz parte secretamente desse grupo. Dunga viu a princesa uma vez e se apaixonou por ela, e por isso fez um acordo com a fada madrinha, para sempre que usar um objeto mágico, se transforma em um homem alto, elegante e bonito, que sempre aparece dessa forma para se encontrar as escondidas com a princesa. Encontros que acontecem inúmeras vezes quando ela mora no Castelo, o que desperta o ciúmes do filho da chefe da cozinha e da rainha, que acreditando se tratar de um príncipe de verdade, gostaria de tê-lo como seu amante.
Um dia o espelho diz a rainha que Branca de Neve se tornou a mais bela. Manda o caçador mata-la, ele não faz, engana a rainha e sua amante, e a princesa após alguma aventura na floresta encontra a casa dos anões e Dunga, em sua forma real, Sem saber que se trata do príncipe que ela tanto ama.
Ela conta ao anão sobre sua paixão pelo príncipe, enquanto ele sempre ouve muito calado. Os dois ficam muito próximos e a mentira de Dunga pode ser um motivo de brigas.
Cada um dos sete anões deve ter uma história bem construída e com bons arcos. Um deles abandonou os irmãos, tentou a sorte em outro Reino e retornou recentemente a casa e a profissão de minerador. Outro por ser muito tímido e ter complexo por ser anão não consegue se aproximar da moça que ele gosta, que também é mineradora. Enfim...Cada um com seu arco.
Com o tempo Dunga conta a princesa sobre os revolucionários e com uma falsa identidade, ela se junta a eles. O próprio Caçador também se juntaria com o tempo. Além de outros personagens relevantes.
O príncipe de outro Reino (Que no conto original se casa com Branca de Neve), foi transformado em sapo e em forma de sapo vive pelo Reino, tentando uma maneira de retornar a forma original e sempre falhando.
Aliás outros personagens podem sofrer de algum tipo de maldição.
Também pode-se adaptar elementos de outros contos, como um carpinteiro chamado Gepeto que constrói um menino de madeira (A fada que transforma Pinóquio em menino é a mesma que transforma Dunga em príncipe), e também a jovem e pobre menina, que mora no Reino com sua mãe, conhecida como Chapeuzinho Vermelho.
Com uma trama melhor abordada, um dia ela atravessou a floresta para levar doces para a sua avó, a história acontece de modo parecido e é salva pelo mesmo caçador da Branca de Neve, que descobre ser o pai da menina. Conflitos dramáticos podem envolve-los.
Quem sabe a Chapeuzinho Vermelho e Pinóquio, formem um par romântico.
Alguns outros núcleos devem existir. Não me estenderei. Resumo nesse texto as ideias que tive, para não deixar essa coluna ainda mais longa.
Talvez qualquer obra de conto de fadas seja uma bela metáfora. Pode ser que vilões e mocinhos não sejam o que parece, ou sejam exatamente como os textos clássicos relatam.
Pode fazer sentido ou não. Ter algo nas entrelinhas ou apenas um exercício de criatividade.
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