O Marketing da Benevolência (Victor Garcia Preto)




Sobre o Autor: 
Victor Garcia Preto   
Formado em Ciências Contábeis. 29 anos, Resido Ribeirão Preto.  Tenho um perfil de textos no Instagram: @textosinceros. Segue lá.

             


No mundo de hoje as pessoas precisam provar que são generosas, evoluídas, benevolentes. Necessidade que talvez sempre tenha existido, mas possivelmente nunca na proporção dos dias atuais.

Conclui que essa necessidade não está principalmente em provar isso as pessoas próximas e a sociedade - isso também acontece, mas não é o principal foco - e sim para si mesmo. O individuo precisa acreditar que é um ser evoluído,  altruísta e generoso. Precisa lembrar a si mesmo todos os dias disso.

No fundo sabe que é um ser cheio de falhas, mesquinho e egoísta, mas ha uma obrigação de se mostrar ao contrário. De se ver de outra forma no espelho. Olhar suas redes sociais e enxergar que suas postagens mostram o quão evoluído está. Por isso a demagogia é a palavra que move o mundo.

Ha criação de máscaras, padrões de conduta, de que se portar em cada situação e as opiniões que se pode ter. Muito sê fala, com discursos vazios. Se esquecem que ha várias formas de se agir e pensar, pontos de vista e questões reflexivas.  São discursos longos, com muitas palavras, mas ocos e superficiais. Piorados quando compram ideias fabricadas e repetem o que os demais dizem como papagaios.

É sabido que se deve procurar a cada dia ser uma pessoa melhor. No entanto, essa busca precisa ser honesta, natural e espontânea. É preciso sê preocupar com o conteúdo, não com as aparências, com a embalagem. Não se tratar de parecer e sim de ser.

A busca pela evolução é lenta, interna, silenciosa e auto reflexiva. É instintivo, sensitivo e espiritual. A maior parte das pessoas a busca de forma racional, e a mente pode enganar, iludir, sendo limitada. Esse é o grande problema. Se acredita em qualquer ideia que pareça lógico. Comprando o que não devia, seja pelo conteúdo ou pela forma.

Evidentemente que a lógica, a razão, ciência e qualquer elemento racional é importante em todas as questões na vida. No entanto, na busca por um aperfeiçoamento individual, se torna uma variável com menor importância.
Não quero dizer que pessoas materialistas são ruins ou inferiores,  muito pelo contrário. Ha ótimas pessoas que possuem uma visão materialista de mundo. Em muitos casos, mesmos esses são intuitivos, entendem que nem tudo pode ser percebido de forma racional.

A razão provocou o marketing da benevolência, todos querem ser legais, engajados, modernos e "cools". Fazem um altruísmo demagogo.
Por isso as pessoas costumam praticar atos tão diferentes de seus discursos.

Outro aspecto está em ouvir ás pessoas erradas. Seja familiares, próximos ou "gurus". Alguns desses até podem dizer alguns discursos pertinentes, que podem ser úteis e aplicáveis na vida, mas, a grande maioria não é capaz de aplicar seus próprios discursos. Se contradizem com hipocrisia.

É o mundo onde pessoas que se declaram antissociais ensinando com fazer amigos e se relacionar. Pessoas presas em conceitos questionáveis, em teorias simplistas e rasas, com discursos pasteurizados e demagogos, ensinando - possivelmente na melhor das intenções - como ser uma pessoa melhor e evoluída. Sem saber que está pautada em bases de anti-evolução.

O que mais se encontra é vídeo no YouTube assim.

Em outras palavras, se torna uma busca artificial, uma melhoria estética, não nos alicerces. Uma fachada bem apresentada, sem mudar as camadas profundas. Por isso não é uma evolução permanente, com avanços, se oscila, variando seu discurso, tentando convencer o próprio espelho.

No mundo das selfs e rachetegs, o mais importante deveria ser a preocupação com o interno, intangível, que não pode ser visto nas redes sociais. A busca pelo equilíbrio, paz de espírito, sensatez. Likes e comentários não trazem felicidade.

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