Assisti ao filme Loucas para casar. Sim, o filme é muito
divertido, é ótimo, mas a lição que passa no final, não sei aos outros, mas me
deixou muito pensativo, me fez pensar e repensar em muitas coisas.
Uma personagem dizia algo mais ou menos assim:
Uma personagem dizia algo mais ou menos assim:
“O branco é único, o branco é a junção de todas as cores.”
De certa forma, pelo enredo do filme, digamos que… criamos
personagens, imaginamos as pessoas como queremos que elas sejam e, nessa altura, iniciamos uma convivência que claro NÃO será sadia e leve, pois aquilo que você
vê é algo que VOCÊ criou, não o real.
No filme, ela ainda diz que quando conseguirmos ver que “a
determinada pessoa” não é nada que você imagina, aí sim pode dar certo, afinal,
aí sim você está vendo a mais pura essência, você não está se iludindo, e a
outra pessoa, NÃO TEM CULPA NÃO, ela não disse para você imaginar ela, ela é o
que é, foi você quem criou o personagem.
Às vezes uso muito a seguinte frase por causa dos meus textos
e comentários:
“Sou responsável pelo que escrevo e não pelo que você entende
ou interpreta” (Clarice Lispector), e neste caso, a pessoa, o outro, é
responsável por quem ELE É e não pela pessoa que você IMAGINOU que ela seja, e
criamos o personagem de acordo com as nossas necessidades.
Sinceramente, entrei para assistir o filme muito bem-humorado
e bem acompanhado, mas saí de lá como se tivesse levado um banho de água fria,
ou melhor, como quem tomou o maior puxão de orelhas do mundo da vida.
Na hora que saí lembrei também de algumas coisas que
conversei meio-dia com um amigo e fiquei pensando em um monte de coisas que
preciso mudar.
Sim, pois, eu, olhando para trás, percebi que já criei
inúmeros personagens pelos quais me apaixonei, pelos quais lutei um bom tempo
para que a convivência fosse boa e leve e que com o tempo se acabaram, pois
eles eram apenas CRIAÇÕES MINHAS, nunca existiram.
Quero daqui pra frente não saber mais das qualidades que o
outro tem, qualidades são sempre fáceis de adaptar e conviver. Quero prestar
atenção nas pequenas coisas que você tem e que me incomodam, nos defeitos,
pois, se estou disposto a isso preciso conviver com as coisas que HOJE me
incomodam, e me incomodam porque não estou convivendo com isso.
Acredito hoje que o segredo está aí: não imaginar que o outro
possa ser isso ou aquilo para que assim EU POSSA ficar em uma zona de conforto,
mas sim vê-lo do jeito que ele é e aí sim poder escolher se quero ou não
conviver com isso, com estas diferenças, com estas coisinhas que me incomodam
hoje, mas que amanhã podem ser positivas.
TUDO que não estamos acostumados a fazer ou a conviver com, no
início, pode parecer “forçado”, mas é a repetição que vai tornar isso uma
rotina agradável e leve para o… “estar juntos”, afinal para algumas coisas, algumas regras são necessárias,
mesmo sendo diferentes do nosso cotidiano normal.
Sair da zona de conforto não é fácil, mas pode ser válido
para quem esteja a fim de arriscar.
Penso que muitas
coisas a partir de hoje terão outro sentido para mim, serão vistas com outros
olhos, mas estou disposto a largar os personagens que por muito tempo me
deixaram nesta zona de conforto e enfrentar coisas que não conheço ou que me
machucaram um dia.

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