Texto por Hugo Salum
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E há quem diga que eu não seja psicólogo vocês acreditam?
Pois é, nem eu.
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Psiu... Salum! Vem cá!
Pare, deixe-me olhar os teus olhos. São verdes. Sabe que me fez lembrar de um passado meu?
Enquanto eu olho dentro dos teus olhos, vejo apenas o que consigo imaginar. Ando, ando meio vagando por aí, em algumas lembranças que não sei se queria ter.
Ando vago em pensamentos e sonhos.
Olha, pensando bem, em atitudes drásticas também.
Nado nas profundezas, pois quando conseguimos mergulhar dentro do nosso Eu é quem me trás do fundo.
Aí sim, fico livre, deixo que os sentimentos me levem sem rumo, sem destino, sem hora para chegar, aliás, sem compromisso.
Mas, e aqueles olhos verdes? Ah, aqueles olhos verdes me levam, e eu deixo que me levem, me levem ao que um dia, quem sabe, eu possa realizar.
Mas nisso tudo brotam sentimentos que não tenho mais o controle, muitos outros sentimentos brotam.
Esse é um tempo que não quero deixar passar.
Entre um e outro suspiro, a ansiedade me mata, me maltrata. Ah, a saudade! Inimagináveis vontades de fazer mil coisas, calorosas, xavecar com você para sempre.
Queria ainda deslizar por cada linha não tatuada no teu corpo e entre beijos, abraços e carinhos; eu até deixava o tempo ir.
Por mim?
Que ele fosse além do que se possa controlar ou sentir. Rumo às conquistas que possam nos levar a felicidade. Aliás, a única razão de se viver
Ah, me deixe olhar os teus olhos... são verdes.
E o que me faz voltar no tempo e dentro dos olhos verdes do Salum eu enxergar outra pessoa?
Você acredita em coisa mal resolvida?
Nem eu. Até certa vez em que eu voltei ao tempo para resolver. E se eu te contar que ainda não resolvi?
Pois é, aí eu pergunto se é verdade aquilo que dizem sobre águas passadas. Eu acredito que elas ainda movem moinhos, sim.
Eu, que sempre disse que o que passou, passou, hoje não sei se diria isso com tanta certeza.
Falta de opção?
Comodismo?
Não sei. Mas ao reencontrar Ana, uma namorada de quando eu tinha 19 anos, ela disse que a filha dela perguntou por que a gente não tinha se casado, e ela disse: “Se a gente tivesse casado, vocês (minha filha e a dela, que são amigas) não teriam nascido."
Será?
E aí como é voltar à namorada de 26 anos atrás onde tudo era descoberta e voltar dentro dos teus olhos verdes que há pouco tempo me enfeitiçaram, e pelo jeito ainda me enfeitiçam?
É, acho que águas passadas podem, sim, mover moinhos. Se isso vai resultar em algo, positivo ou negativo, eu não sei.
Aliás, eu só tenho certeza do que eu não quero, e com certeza eu não quero ter os se's no meu passado.
Se eu tivesse dito isso, se eu tivesse feito isso, se eu tivesse ido atrás, se eu tivesse me declarado, enfim, uma infinidade de se's.
Deixe-me olhar os teus olhos, são verdes.
Como as esmeraldas que muito já escrevi sobre? Como o mar que nos dá aquela imensa sensação de liberdade ou... como símbolo de uma esperança?
Deixe-me olhar os teus olhos... são verdes, e as águas que já passaram, podem passar de novo e podem ou não mover moinhos.
Miguel é assim, vagueia, divaga, viaja, mas é uma boa pessoa.
Viu, e dizem ainda por aí que eu não sou psicólogo!
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